Comunicação via satélite para religadores de energia

Esse artigo vai mostrar como o uso do satélite trouxe eficiência e redução de custos na comunicação desses equipamentos com as Centrais de Operação e Distribuição

Flávia Jardim – jornalista

Uma comunicação eficiente entre as Centrais de Operação e Distribuição de Energia e os religadores é fundamental no restabelecimento rápido da energia elétrica durante momentos críticos, como em tempestades e blecautes.

Mas a solução adotada por muitas companhias, que usam as tecnologias tradicionais – rádio e celular – têm se mostrado falha em muitos momentos, causando perda de sinal e instabilidade. Quando essa comunicação é interrompida, o deslocamento de equipes de campo até os locais se torna necessário, o que gera gastos e demora no restabelecimento da energia para a população.

O problema no uso do rádio é a sua infraestrutura cara e complicada para ser usada em equipamentos mais distantes. Já o celular, por questões como instabilidade de sinal, baixa confiabilidade e cobertura limitada, apresenta falhas principalmente nos momentos em que a comunicação entre os religadores e as centrais é mais necessária.

Por isso, algumas companhias, como a Energisa, que é responsável pela distribuição de energia em várias regiões do país, escolheu a comunicação via satélite como canal de comunicação para muitos de seus equipamentos.

As vantagens nesse tipo de comunicação são inúmeras:

– Alta disponibilidade, inclusive em áreas remotas, onde não há cobertura dos meios de comunicação tradicionais;

– Antenas fáceis de serem instaladas

– Redução dos custos operacionais por sua eficiência

Buscando oferecer uma solução completa, a Velp desenvolveu o vSkyRecloser, que une todas as vantagens da comunicação via satélite com um firmware desenvolvido exclusivamente para essa aplicação, que reduz o volume de dados transmitidos, aumenta o desempenho e reduz os custos das empresas de energia.

O vSkyRecloser pode ser utilizado como canal de comunicação principal, quando não há cobertura dos meios tradicionais, ou como um canal complementar em locais onde é possível a transmissão de dados via celular. A solução desenvolvida em parceria com a Telespazio, é utilizada pela Energisa em seis estados brasileiros.

Em seu artigo sobre o assunto (Robustness and Reliability in Smart Grid Solutions), o engenheiro de aplicação da empresa de satélite Orbicomm, Reinaldo Burian, destacou que a solução ideal para a implementação do Smart Grid (redes inteligentes) deve ser de alta confiabilidade, funcionar em qualquer parte da rede elétrica e fornecer todas as informações necessárias para uma administração eficiente, com investimentos e custos operacionais baixos.

“Dessa forma, a solução desenvolvida pela Velp tem atendido plenamente às necessidades das empresas de distribuição, já que depois da instalação do sistema a disponibilidade da comunicação entre os equipamentos de proteção instalados em campo aumentou. Também quando se comparada a outras soluções de mercado percebe-se que reduz muito a necessidade de envio de equipes especializadas no momento da instalação e a necessidade de manutenção do equipamento em campo”, destacou.

Exemplos de aplicação

Situação 1 – Um exemplo dessa solução é a aplicação de um terminal satelital de telemetria, instalado em uma zona rural, onde não há infraestrutura de cobertura para celular ou rádio. Nessa configuração, o satélite é o elo de ligação entre áreas aonde a cobertura, via celular ou rádio, é completamente indisponível

Figura 1 – Terminal Satelital em áreas sem cobertura celular

Situação 2  Em outra situação, considera-se que há infraestrutura de cobertura para soluções como o celular, mas em momentos críticos como tempestades ou demanda de comunicação, há perda de sinal, é usado o satélite.  Com o objetivo de aumentar a confiabilidade e disponibilidade do canal de comunicação, é possível a instalação de um terminal satelital de telemetria, com características duais, ou seja, que funcione tanto em modo satélite quanto em modo celular, sendo que os canais são chaveados automaticamente, dependendo da presença ou não de sinal de cobertura.

Figura 2 –  Terminal de Telemetria em áreas com cobertura celular

Referência: Robustness and Reliability in Smart Grid Solutions